À italiana, 'Tite' da bola oval impõe linha dura e mantém Timão invicto
Há quase três anos no Corinthians Steamrollers, Marco Nessi se inspira no
técnico do futebol e alcança invencibilidade de 37 jogos
Ainda não chove no Parque São Jorge quando Marco Nessi dá início ao treino, pontualmente às 21h15m de uma quarta-feira. Depois do aquecimento, reúne os jogadores no centro do campo e inicia seu discurso. Com um português carregado de sotaque, mas compreensível, pede dedicação. Diz que os rivais evoluíram e que, se a equipe quiser se manter no topo, vai precisar fazer o mesmo. Uma hora depois, já molhados pela água, os atletas repetem à exaustão uma jogada, mas não reclamam. O técnico, ao que parece, tem o controle da situação.
Ainda que a descrição aponte para um treino de futebol, o esporte é outro. Nessi comanda o Corinthians Steamrollers, time de futebol americano do clube paulista. Há cinco anos no Brasil, o treinador tem um currículo extenso. Na Itália, marcou uma geração ao conquistar 12 títulos nacionais com o Lions Bergamo, além de três troféus do Eurobowl e um da Liga dos Campeões. Após 23 anos e alguns períodos de intercâmbio nos Estados Unidos, se aposentou como jogador, virou técnico e se mudou para o Brasil para trabalhar com esporte. No comando do Corinthians há quase três anos, nunca perdeu. E, com uma invencibilidade de 37 jogos, diz se inspirar em um outro treinador que veste as mesmas cores que as suas: Tite.
Ainda que a descrição aponte para um treino de futebol, o esporte é outro. Nessi comanda o Corinthians Steamrollers, time de futebol americano do clube paulista. Há cinco anos no Brasil, o treinador tem um currículo extenso. Na Itália, marcou uma geração ao conquistar 12 títulos nacionais com o Lions Bergamo, além de três troféus do Eurobowl e um da Liga dos Campeões. Após 23 anos e alguns períodos de intercâmbio nos Estados Unidos, se aposentou como jogador, virou técnico e se mudou para o Brasil para trabalhar com esporte. No comando do Corinthians há quase três anos, nunca perdeu. E, com uma invencibilidade de 37 jogos, diz se inspirar em um outro treinador que veste as mesmas cores que as suas: Tite.
Marco Nessi orienta seus jogadores durante treino do Corinthians (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Nessi é torcedor do Atalanta, da Itália, mas não acompanha futebol. Diz que a mentalidade dos jogadores lhe desagrada. Mas, no Brasil, passou a admirar o que Tite faz no comando do Corinthians. E admite tentar fazer o mesmo à frente dos Steamrollers.
- Eu tento ser como ele no meu time. Já conversei com ele no centro de treinamento, tiramos fotos. Ele é uma pessoa muito legal, conversamos sobre várias coisas. Foi uma boa conversa.
A postura de Tite em não aceitar desvios de condutas é o que mais agrada a Nessi. O italiano acredita que, no futebol, os jogadores não se dedicam tanto quanto poderiam nos treinos e nas partidas.
- Eu torço para o Atalanta, mas não gosto de “soccer”. Eu não gosto muito por causa da mentalidade diferente. Acho os jogadores de “soccer” muito acomodados, não se esforçam 100 %. Só fazem o que precisam e nada mais. Minha mentalidade não é assim. Eu quero tudo, tudo é mais. Eu quero que, a cada jogo, façamos o nosso melhor. Não aceito nada menos que os 100%. É a mesma mentalidade que o Tite tem no Corinthians. E é por isso que gosto mais do Corinthians do que dos outros.
- Eu tento ser como ele no meu time. Já conversei com ele no centro de treinamento, tiramos fotos. Ele é uma pessoa muito legal, conversamos sobre várias coisas. Foi uma boa conversa.
A postura de Tite em não aceitar desvios de condutas é o que mais agrada a Nessi. O italiano acredita que, no futebol, os jogadores não se dedicam tanto quanto poderiam nos treinos e nas partidas.
- Eu torço para o Atalanta, mas não gosto de “soccer”. Eu não gosto muito por causa da mentalidade diferente. Acho os jogadores de “soccer” muito acomodados, não se esforçam 100 %. Só fazem o que precisam e nada mais. Minha mentalidade não é assim. Eu quero tudo, tudo é mais. Eu quero que, a cada jogo, façamos o nosso melhor. Não aceito nada menos que os 100%. É a mesma mentalidade que o Tite tem no Corinthians. E é por isso que gosto mais do Corinthians do que dos outros.
Marco Nessi adota linha dura à frente da equipe
do Timão (Foto: João Gabriel Rodrigues)
do Timão (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Assim como o brasileiro, o italiano não admite qualquer traço de falta de dedicação de seus jogadores. O treinador, que a todo tempo cobra seus atletas, não tem dúvidas na hora de sacar do time quem esteja fora de sua linha de trabalho.
- Eu sou rígido, cobro bastante. E acho que isso mudou o Corinthians. Eu sou duro, cobro respeito dos jogadores e, para isso, mostro respeito a eles. Uma vez que eles cumpram com suas tarefas, fico satisfeito. Eu não uso palavrões. Estou falando com o jogador, não da pessoa que está no campo. O jogador que está no campo tem de dar 100%. Se não der 100%, vou procurar outro. Todos me respeitam e sabem que, se querem jogar, precisam mostrar isso.
A mudança de postura funcionou. Invicto desde sua chegada ao clube, o treinador abandonou sua aposentadoria por um tempo para mostrar na prática o que queria de seus jogadores. Agora, colhe os frutos e tenta manter sua equipe por mais tempo no topo do futebol americano disputado no Brasil.
- Eu vi que a história do futebol americano no Brasil é muito parecida com a da Itália. Eu disse: “Acho que posso ajudar vocês”. Eu comecei a treinar e, durante a primeira temporada, também joguei. Joguei porque não gostava da atitude dos jogadores em campo. Então, quis mostrar como deveria ser. Estou no time há quase três anos e ainda não perdi. Eu mudei a mentalidade do time. A mentalidade é algo fundamental no futebol americano. No começo, foi isso. Depois, começamos a ganhar porque o time melhorou na parte técnica. Ganhamos novas jogadas e treinamos mais.
O Corinthians Steamrollers volta a campo pelo Torneio Touchdown no sábado, 13 de julho . A equipe, que venceu as duas primeiras partidas do torneio, encara o Vila Velha Tritões, no Espírito Santo, às 14h.
- Eu sou rígido, cobro bastante. E acho que isso mudou o Corinthians. Eu sou duro, cobro respeito dos jogadores e, para isso, mostro respeito a eles. Uma vez que eles cumpram com suas tarefas, fico satisfeito. Eu não uso palavrões. Estou falando com o jogador, não da pessoa que está no campo. O jogador que está no campo tem de dar 100%. Se não der 100%, vou procurar outro. Todos me respeitam e sabem que, se querem jogar, precisam mostrar isso.
A mudança de postura funcionou. Invicto desde sua chegada ao clube, o treinador abandonou sua aposentadoria por um tempo para mostrar na prática o que queria de seus jogadores. Agora, colhe os frutos e tenta manter sua equipe por mais tempo no topo do futebol americano disputado no Brasil.
- Eu vi que a história do futebol americano no Brasil é muito parecida com a da Itália. Eu disse: “Acho que posso ajudar vocês”. Eu comecei a treinar e, durante a primeira temporada, também joguei. Joguei porque não gostava da atitude dos jogadores em campo. Então, quis mostrar como deveria ser. Estou no time há quase três anos e ainda não perdi. Eu mudei a mentalidade do time. A mentalidade é algo fundamental no futebol americano. No começo, foi isso. Depois, começamos a ganhar porque o time melhorou na parte técnica. Ganhamos novas jogadas e treinamos mais.
O Corinthians Steamrollers volta a campo pelo Torneio Touchdown no sábado, 13 de julho . A equipe, que venceu as duas primeiras partidas do torneio, encara o Vila Velha Tritões, no Espírito Santo, às 14h.